Nos últimos dez anos, as vendas de casas novas superaram a construção de habitação em mais de 100 mil unidades, com a procura a concentrar-se principalmente nos grandes centros urbanos. A solução apontada por especialistas envolve um mix de novas construções, reabilitação de imóveis existentes, conversão de lojas em habitação e até construção em solos rústicos ou com métodos inovadores como a construção modular ou 3D.

A realidade é que a construção nova não está a conseguir satisfazer as necessidades do mercado. Em 2024, as vendas de casas novas superaram a construção em mais de 4.600 unidades, evidenciando a rapidez com que as casas novas são compradas, apesar de estarem a ficar cada vez mais caras.

O preço médio das habitações novas ultrapassou os 300 mil euros no verão de 2024, um aumento impulsionado pelo aumento dos custos de construção, que continuam a crescer devido à escassez de mão de obra e ao impacto da inflação nos materiais de construção. Além disso, a elevada carga fiscal, como o IVA a 23%, também contribui para o aumento dos preços.

A maioria das famílias opta por comprar casas usadas, que também registaram um aumento de preços, com o valor médio a alcançar os 200 mil euros em 2024.

Para combater a subida dos preços, é defendida uma redução da carga fiscal sobre a construção, uma aceleração dos processos de licenciamento e um reforço de apoios à construção e reabilitação de habitação. Além disso, a construção industrializada pode ser uma solução para acelerar o processo e reduzir a dependência de mão de obra.